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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Geração de presença e o Modernismo

Geração de presença
Presença (revista)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A publicação Presença - Folha de Arte e Crítica foi uma das mais influentes revistas literárias portuguesas do Século XX. Foi lançada em Coimbra, a 10 de março de 1927, sendo publicados 54 números até à sua extinção em 1940.
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Presença
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Primeiro número da revista
Presença - Folha de Arte e Crítca,
Coimbra, 10 de Março de 1927.
Após algumas experiências de curta duração, como a Tríptico, João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca fundaram em 1927 aquela que seria a mais famosa das folhas coimbrãs, dirigida pelos dois e por José Régio. Branquinho da Fonseca abandonou a direção da revista na edição nº 27, em1930, por considerar haver imposição de limites à liberdade criativa, um gesto geralmente entendido como uma reação ao ascendente de Régio. A partir do n.º 33 e até novembro de 1938 a revista passou a contar com a presença na direção tripartida de Adolfo Casais Monteiro. No ano seguinte a revista foi reformulada, iniciando-se uma nova série com um formato maior e com mais páginas. O secretário da revista é Alberto de Serpa mas publicam-se apenas dois números, novembro de 1939 e fevereiro de 1940. A Presença acabaria por extinguir-se por desavenças ideológicas entre Gaspar Simões e Casais Monteiro.
Colaboraram na Presença, para além dos homens do Primeiro Modernismo, Adolfo Correia Rocha, mais tarde conhecido pelo seu pseudónimo Miguel Torga, Aquilino Ribeiro, Edmundo de Bettencourt, Carlos Queiroz, Júlio / Saul Dias e uma toda uma geração de poetas, prosadores, pensadores e artistas plásticos, justamente chamada "a geração da presença", ou dos presencistas.
Embora só secundariamente se tenha ocupado da arte, a Presença publicou textos sobre essa área de Diogo de Macedo, José Régio, etc.; e a combatividade da revista serviu para apoiar o I Salão dos Independentes de 1930. Colaboraram artisticamente na Presença, entre outros: Almada Negreiros, Júlio, Diogo de Macedo, Dordio Gomes, Sarah Afonso, Arlindo Vicente, Bernardo Marques, Mário Eloy, João Carlos, Paulo Ferreira, Ventura Porfírio, Arpad Szenes, Maria Helena Vieira da Silva (em 1940), etc.1 .
Linha editorial[editar | editar código-fonte]
A Presença defendeu a criação de uma literatura mais viva, livre, oposta ao academismo e jornalismo rotineiro, primando pela crítica, pela predominância do individual sobre o colectivo, do psicológico sobre o social, da intuição sobre a razão. Elegendo como "mestres" os artistas da Revista Orpheu, muitos dos quais ainda colaboraram na Presença, a revista foi importante na difusão de uma segunda fase do Modernismo, usualmente designado por Segundo Modernismo, mais crítica e teorizadora do que criadora. Destaca-se o espírito crítico não só dos fundadores, como também deAlbano Nogueira e Guilherme de Castilho, bem como de colaboradores doutrinários como José Bacelar, José Marinho, Delfim Santos, Saul Dias,Fausto José, Francisco Bugalho, Alberto de Serpa, Luís de Montalvor, Mário Saa, Raul Leal e António Botto.
A revista Orpheu divulgou nas suas páginas vários autores do chamado Primeiro Modernismo, tendo como figuras tutelares as personalidades deFernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Afonso Duarte, contando ainda com a colaboração de António de Sousa, Irene Lisboa(com alguns poemas já em prosa), Vitorino Nemésio, Pedro Homem de Mello, Tomás de Figueiredo e Olavo de Eça Leal. Todos eles se destacam sobretudo na poesia (marcada por um certo "lirismo provençal"), sendo António de Navarro quem mais diretamente prolonga a herança poética da "Orpheu" nesta revista.
A poesia de alguns "presencistas" esteve na base dos textos e das composições do Fado de Coimbra e do Fado cantado por Amália Rodrigues.
Na revista divulgaram-se também as principais obras de escritores europeus da primeira metade do Século XX, tais como Marcel Proust, André Gide,Paul Valéry, Guillaume Apollinaire e Pirandello.
As páginas da Presença serviram ainda para a promoção e intercâmbio literário com vários poetas e prosadores brasileiros, à margem das iniciativas oficiais.

Modernismo em Portugal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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"Pintura", Amadeo de Souza-Cardoso1917, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
O modernismo em Portugal desenvolveu-se aproximadamente no início do século XX até ao final do Estado Novo, na década de 1970.
O início do Modernismo Português ocorreu num momento em que o panorama mundial estava muito conturbado. Além da Revolução Russa de 1917, no ano de 1914 eclodiu a Primeira Guerra Mundial.
Em Portugal este período foi difícil, porque, com a guerra, estavam em jogo as colónias africanas que eram cobiçadas pelas grandes potências desde o final do século XIX. Para além disto, em 1911, foi eleito o primeiro presidente da República.
O marco inicial do Modernismo em Portugal foi a publicação da revista Orpheu, em 1915, influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo, o Expressionismo, etc., reunindo Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros, entre outros.
A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de desagregação de valores. Os modernistas portugueses respondem a esse momento, deixando atrás o acanhado meio cultural português, entregando-se à vertigem das sensações da vida moderna, da velocidade, da técnica, das máquinas. Era preciso esquecer o passado, comprometer-se com a nova realidade e interpretá-la cada um a seu modo. Nas páginas da revista Orpheu, esta geração publicou uma poesia complexa, de difícil acesso, que causou um grande escândalo naquela época. Mas a revista Orpheu teve uma curta duração publicando-se apenas um número mais e não tornaram a haver novas edições da mesma.
São características de estilo deste movimento: o rompimento com o passado, o carácter anárquico, o sentido demolidor e irreverente, onacionalismo com múltiplas facetas - o nacionalismo crítico, que retoma o nacionalismo em uma postura crítica, irónica e questiona a situação social e cultural do país, e o nacionalismo ufanista (conservador), ligado principalmente às posturas da extrema-direita.
Aquele período apresentava-se dividido em três partes:
·         Orfismo - escritores responsáveis pela revista Orpheu, e por trazer Portugal de volta às discussões culturais na Europa;
·         Presencismo - integrada por aqueles que ficaram de fora do orfeísmo, que fundaram a revista Presença e que buscavam, sem romper com as idéias da geração anterior, aprofundar em Portugal a discussão sobre teoria da literatura e sobre novas formas de expressão que continuavam surgindo pelo mundo;
·         Neo-Realismo - movimento que combateu o fascismo, e que defendeu uma literatura como crítica/denúncia social, combativa, reformadora, a serviço da sociedade – extremamente próxima do realismo no Brasil, daí advindo a nomenclatura “neo-realismo”, um novo realismo para “alertar” as pessoas e tirá-las da passividade.

Índice

  [esconder
·         1 Contexto histórico
·         2 Pintura
·         3 Escultura
·         4 Arquitetura
·         5 Literatura
·         6 Ver também
·         7 Referências

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

Em inícios do século XX, em Portugal, a produção literária e plástica era ainda profundamente marcada pelo classicismo racionalista e naturalista, em manifestações apáticas e decadentes, que evidenciavam forte resistência à inovação. Ao monótono e decadente rotativismo político correspondia uma não menos monótona e decadente produção intelectual. Os interesses materiais dos burgueses sobrepunham-se aos interesses culturais, condicionando a liberdade de expressão.
A partir de certo momento, grupos de intelectuais portugueses organizaram-se em círculos de contestação da velha ordem e iniciam-se no recurso a estratégias provocatórias e na resposta, por vezes desabrida, às formas políticas e culturais conservadoras e reaccionárias à modernidade. - É o modernismo, enquanto movimento estético e literário de ruptura com o marasmo intelectual, que irrompe em Portugal em uníssono com a arte e a literatura mais avançadas da Europa, sem prejuízo, todavia, da originalidade nacional.
Foram lançadas revistas, organizadas exposições e conferências, sob iniciativa privada, num esforço de autonomia relativamente aos apoios estatais, através das quais as novas opções culturais eram demonstradas e divulgadas. No entanto, o baixo nível de alfabetização da população portuguesa e o conservadorismo dos meios urbanos, onde as novidades intelectuais têm maior presença, não proporcionaram abundância de público interessado nos novos eventos culturais.
O movimento ficou conhecido em Portugal a partir de duas exposições: a primeira, em 1915, ocorreu no Porto, tendo sido chamada de Humoristas e Modernistas; as segundas, em 1916, emLisboa e no Porto, de Amadeu de Souza-Cardoso. O país, que entrara no século agarrado a uma pintura naturalista e romântica em que artistas como José Malhoa eram a referência, reagiu violentamente ao movimento. A nova estética internacional, desconhecida no país, estava a ser mostrada por artístas que tinham estado em Paris.

I Geração de Paris[editar | editar código-fonte]

Ocorreu com o regresso à pátria de artistas como Dórdio Gomes e Santa-Rita Pintor. Seguiram-se os do 2º grupo modernista (cerca de 1914). Este segundo grupo era constituído pelos artistas que regressaram de Paris com a eclosão da Grande Guerra (Diogo de Macedo, Eduardo Viana, Amadeo de Souza-Cardoso). Estiveram ligados à geração d’Orpheu.
Até à morte de Santa-Rita Pintor e de Amadeo de Souza-Cardoso (vítimas da pneumónica em 1918), a renovação da pintura portuguesa centrou-se nestes artistas e ainda nos grupos ligados ao Orpheu. O mais notável representante desta geração foi Amadeo de Souza-Cardoso, que, inicialmente influenciado por Cézanne, evoluiu para um cubismo misturado com todas as tendências com que contactou.

II Geração de Paris[editar | editar código-fonte]

Foi constituída pelos artistas portugueses que regressaram a Paris depois da guerra (devido à ausência de público em Portugal), nos anos 20, e em que se destacaram Dórdio Gomes, Abel Manta, Mário Eloy, Diogo de Macedo, os irmãos Franco e Almada Negreiros, entre outros.
Fizeram diversas exposições divulgando a nova estética internacional. A arte foi muito prejudicada a partir de 1935 com as limitações impostas pela censura e pelo Secretariado de Propaganda Nacional, que organizava as mostras, promovia os artistas, impunha temas e estética e levou ao exílio de muitos. As décadas de 1930 e 1940 foram marcadas pela propaganda do regime salazarista com a Exposição do Mundo Português. António Ferro, homem do governo de Salazar mas inteligente e moderno, chamou diversos artistas para o trabalho com o Estado na preparação da Exposição (1940) que envolveu diversos projectos arquitectónicos e artísticos e desenvolveu um estilo de cariz nacionalista.
A partir dos anos 30 destacou-se Maria Helena Vieira da Silva, pintora radicada em Paris que se tornou um dos expoentes do abstraccionismo. Ali realizou a sua primeira exposição individual (A Rua à Noite; Atelier, Lisbonne e A Guerra). Embora tenha sido pouco reconhecida em Portugal e a sua arte tivesse estado mais ligada aos movimento internacionais que ao movimento artístico português, não deixou de reflectir nas suas telas, num quadriculado que evocou os azulejos portugueses, as referências ao seu país.
Por alturas da II Guerra Mundial, fez-se a primeira exposição de surrealismo em Portugal. O surrealismo e o neo-realismo dominaram durante anos as tendências artísticas nacionais. Destacaram-se como surrealistas Mário Cesariny, Moniz Pereira, Fernando de Azevedo e Marcelino Vespeira e como neo-realistas António Dacosta e António Pedro (intervenção romântica).
Esses diferentes movimentos tinham além do ismo em seus nomes - posições homens em relação as artes :liberdades,interpretação pessoal da realidade,rebeldia, elogicidade,em busca de novas formas de expressão,etc.

Escultura[editar | editar código-fonte]

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Padrão dos Descobrimentos, o original foi encomendado aos arquitectos Cottinelli Telmo e Leopoldo de Almeida para aExposição do Mundo Português(1940),Belém, Lisboa.
A escultura atingiu desenvolvimento importante nos inícios do século. Só durante o Estado Novo se desenvolveu uma escultura de feição nacionalista, pouco aberta à modernidade. Principais escultores da primeira metade do século: Francisco Franco de Sousa, Canto da Maia, Leopoldo de Almeida,Lagoa Henriques, Gustavo Bastos, Alvaro de Brée e Barata Feyo.

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Estilo Português Suave
A arquitectura não registou grandes desenvolvimentos neste período. As dificuldades políticas vividas durante a I República, a que se juntavam as dificuldades económicas e financeiras, não propiciaram os empreendimentos arquitectónicos, normalmente dispendiosos. Por conseguinte, o pouco que se construiu permaneceu fechado à inovação e revela a persistência dos esquemas arquitectónicos clássicos.
Só no final dos anos 20 e sobretudo durante o Estado Novo é que se notam algumas preocupações em conjugar formas do modernismo europeu com o nacionalismo salazarista. O pavilhão da Exposição do Mundo Português, de Cotinelli Telmo, entretanto demolido, e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, de Pardal Monteiro, com vitrais de Almada Negreiros e um friso na entrada de Francisco Franco, constituem as manifestações mais importantes do modernismo arquitectónico português.
No Porto, alguns arquitectos, como Morais Soares e Cunha Leão, iniciaram um movimento de renovação a caminho da modernidade que teria o seu impulso mais dinâmico na obra de Carlos Ramos, quando este esteve à frente da Escola de Belas-Artes do Porto. No início da década de 1950, este movimento de renovação viria a ser marcado pelas obras do arquitecto Siza Vieira.

Literatura[editar | editar código-fonte]

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Primeiro número de
ORPHEU - Revista Trimestral de Literatura,
Janeiro–Fevereiro–Março de 1915.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Modernismo português
O modernismo na literatura foi praticado por duas gerações de intelectuais ligados a duas publicações literárias: um primeiro modernismo surgido em 1915, em torno da revista Orpheu; um segundo modernismo organizado em 1927, em torno da revista Presença.
Ainda antes destas, surgiram em Portugal revistas que propunham diferentes soluções estéticas e políticas para recuperar o atraso português a este nível, como a Nação Portuguesa, de feição conservadora, e a Seara Nova, de tendências mais progressistas e democráticas. Nesta revista colaboraram investigadores como o historiador Jaime Cortesão, António Sérgio e os escritores Aquilino Ribeiro e Raul Brandão.

Revista Orpheu (Orphismo)[editar | editar código-fonte]

Os únicos dois números de Orpheu - Revista Trimestral de Literatura, lançados em Março e Junho de 1915, marcaram a introdução do modernismo em Portugal. Tratava-se de uma revista onde Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Fernando Pessoa, entre outros intelectuais de menor vulto, subordinados às novas formas e aos novos temas, publicaram os seus primeiros poemas de intervenção na contestação da velha ordem literária; o primeiro número provocou o escândalo e a troça dos críticos, conforme era desejo dos autores; o segundo número, que já incluiu também pinturasfuturistas de Santa-Rita Pintor, suscitou as mesmas reações. Perante o insucesso financeiro, a revista teve de fechar portas, pois quem custeava as publicações era o pai de Mário de Sá Carneiro e este cometeu suicídio em 1916. No entanto, não se desfez o movimento organizado em torno da publicação. Pelo contrário, reforçou-se com a adesão de novos criadores e passou a desenvolver intensa actividade na denúncia inconformista da crise de consciência intelectual disfarçada pela mediocridade académica e provinciana da produção literária instalada na cultura portuguesa desde o fim dageração de 70, de que Júlio Dantas (alvo do Manifesto Anti-Dantas, de Almada) constituía um bom exemplo.

Revista Presença (Presencismo)[editar | editar código-fonte]

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Primeiro número da revista
Presença - Folha de Arte e Crítca,
Coimbra, 10 de Março de 1927.
A revista Presença - Folha de Arte e Crítica, foi fundada em 1927, em Coimbra, por Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio. Não obstante ter passado tempos difíceis, não só financeira como intelectualmente, foi publicada até 1940 demonstrando grande longevidade. O movimento que surgiu em torno desta publicação inseriu-se intelectualmente na linha de pensamento e intervenção iniciada com o movimento Orpheu, que acabou por integrar. Continuou a luta pela crítica livre contra o academismo literário e, inspirados na psicanálise de Freud, os seus intelectuais bateram-se pelo primado do individual sobre o coletivo, do psicológico sobre o social, da intuição sobre a razão. Além da produção nacional, a presença divulgou também textos de escritores europeus, sobretudo franceses. Alguns dos escritores deste Segundo Modernismo foram: Miguel Torga,Adolfo Casais Monteiro, Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Vitorino Nemésio, Pedro Homem de Mello, Tomás de Figueiredo e Eça Leal.

Neo-Realismo[editar | editar código-fonte]

Jovens estudantes de Coimbra adoptam o combativismo da Geração de 70, cujo socialismo utópico denunciam e iniciam-se no combate à opressão, inspirados pelo socialismo marxista. É nesta conjuntura que surgem em Portugal os primeiros cultores do neo-realismo ou realismo social, claramente em ruptura com o individualismo e intelectualismo psicológico do movimento Presença. Ferreira de Castro, nos seus romances Emigrantes e A Selva, introduz a análise de problemas de natureza social, trata as populações que emigram, que se empregam e desempregam. Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes, Manuel da Fonseca, Álvaro Cunhal, Mário Dionísio, José Gomes Ferreira, entre outros, continuam a tratar os problemas, as tristezas e as misérias do povo laborioso esmagado pela ganância de uma minoria de representantes do capital, adaptando à realidade nacional o rigor formal e temático dos escritores neo-realistas europeus.


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